sábado, 27 de setembro de 2008

Sobre astros e galáxias

A área de jornalismo e relações públicas tem gerado diversas discussões sobre a ocupação de espaços na comunicação organizacional. Isso começou quando em 1980 passou-se a valorizar mais o relacionamento com a mídia e fez com que diversos jornalistas se lançassem a trabalhar nas empresas, executando outras tarefas previstas em lei para a área de relações públicas.
Porém, hoje, na realidade brasileira o conceito de comunicação integrada defendida por alguns autores não ocorre na prática. Geralmente, por motivos econômicos as organizações optam por um profissional e terceirizam as outras atividades.
Segundo Duarte e Monteiro (2004) o profissional escolhido será aquele que de destacar ao enfrentar desafios como: soluções sofisticadas quanto ao uso de tecnologias, segmentadas quanto ao público receptor, estratégicas quanto aos objetivos e mensuráveis quanto aos resultados, àquele que tiver melhor competência, não apenas de diploma, mas de liderança, criação, decisão, atuação coletiva e cooperatividade, ou seja, o profissional que tiver uma visão multidisciplinar.
Desta forma, defendo a idéia de que as áreas de jornalismo, relações públicas e publicidade e propaganda fossem agrupadas num único curso de comunicação social, sem divisões por área, uma vez que é exigido dos profissionais habilidades multidisciplinares. Pois, a divisão dos cursos como se tem visto atualmente, contribui para o desconhecimento das funções entre as áreas e, também, faz com que não adquiram conhecimentos que poderão ser cobrados no mercado de trabalho, ao precisar tomar algumas decisões ou executar alguma atividade. Os estudantes cursariam as áreas de jornalismo, publicidade e propaganda e relações públicas como um curso de especialização.

Mutirão para “Bateralaje”

Neste texto, Lara (2004) dá um enfoque sobre o termo comunicação pública, o qual diz que a discussão sobre as atividades desempenhadas pelos profissionais de relações públicas, jornalismo e publicidade e propaganda, não é necessária quando se tem o conhecimento que a área de comunicação deve ter como foco principal o cidadão.
O administrador político pode querer informar a população sobre ações educativas com o propósito de colaborar para a cidadania, o que é muito correto da sua parte. Porém, o comunicador deve convencê-lo que o foco principal da comunicação pública é informar o cidadão, para que ele seja um cidadão ativo na sociedade e não os seus ganhos políticos, eleitorais ou pessoais.
O trabalho desenvolvido pelo profissional de relações públicas, jornalismo e publicidade e propaganda voltado para a comunicação pública deve contribuir para os avanços da sociedade, cada área contribuindo com sua parte, como a tradição de gente simples que reúne amigos nos domingos para “bater laje”, na casa de um deles. Também, cabe ao setor de comunicação demonstrar e convencer que nesta iniciativa de contribuir para a cidadania todos saem ganhando, direta ou indiretamente, fazendo bem para imagem de ambos.
Segundo os autores, percebe-se que não teria discussão na área de trabalho entre os profissionais de comunicação quando eles perceberem que o foco da comunicação é atingir o cidadão, sendo necessário para isso juntar os esforços. Além de que, é importante ser desenvolvido ações na área da comunicação a fim de incentivar iniciativas públicas e privadas em favor do cidadão. Porém, é necessário o profissional orientar o administrador púbico que o foco principal é em benefício da qualidade de vida do cidadão e avanços da sociedade como um todo e não em promover suas ações na vida política, eleitoral ou pessoal.

Texto apresentado por: Lisimara Basso
Referência: LOPES, B. e VIEIRA, R.F. 2004. Sobre astros e galáxias. In: Jornalismo e Relações Públicas: ação e reação. Rio de Janeiro, Mauad.

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