Texto elaborado a partir do capítulo 3 (Assessoria de Imprensa e Formação de Opinião) do livro de Elisa Kopplin e Luiz Artur Ferraretto, “Assessoria de Imprensa: teoria e prática”, para a disciplina de Assessoria de Imprensa da Universidade federal de Santa Maria, ministrada pela professora Rosane Rosa.
Tanara Rodrigues Lucas
Assessor de Imprensa: poderes limitados
Assessor de imprensa. Eis uma função de muitas responsabilidades. Entre tantas, uma assessoria de imprensa deve estar ciente de que está relacionada com a formação da opinião pública. Isso porque sua função é manter a população informada sobre seu assessorado e, ao mesmo tempo, mantê-lo sob os “bons olhos”, ou seja, munir os receptores com informações que correspondam à verdade e, ao mesmo tempo, dêem visibilidade para quem esteja prestando seus serviços.
Porém, sabe-se que isso não é regra. Há sim essa relação entre assessoria de imprensa e formação da opinião pública, mas não se pode atribuir a maneira como as pessoas vão pensar exclusivamente aos assessores, porque as informações que saem nos veículos de comunicação, apesar de serem, muitas vezes, sugestões de pauta da assessoria aos jornalistas, é, antes de tudo, mensagem. E esta é sempre subjetiva. Desde quando elaborada pelo assessor de imprensa, quando reelaborada pelo jornalista para publicá-la, até quando incluída no rol de informações do público, a mensagem traz consigo as ideologias, as opiniões, as crenças, enfim, a carga cultural de quem a detém. Para todo esse processo, dá-se o nome de “descentralização da informação”, ou seja, um assessor de imprensa tem certo poder de orientar o que as pessoas irão pensar, mas não de que maneira.
Esse assunto me fez lembrar uma teoria da comunicação chamada Teoria Hipodérmica, que vê a comunicação com uma concepção de estímulo-resposta, na qual as pessoas não têm a capacidade de discernimento quanto ao valor das informações para si próprias. Tudo o que é dito, é imediatamente aceito. Então, se essa proposição ainda fosse válida, seria correto dizer que um assessor de imprensa tem o poder de definir o juízo das pessoas sobre seu assessorado. No entanto, essa teoria já foi refutada, justamente por se saber que o público tem o poder sobre suas opiniões a respeito do que é exposto a ele.
Sendo assim, deve-se dar o devido valor ao assessor de imprensa que, não tem o poder de manipular as vontades e as opiniões das pessoas, mas tem o poder de transformar uma informação importante em uma informação também interessante sobre seu assessorado e que tenha interesse público.. Com essa capacidade criativa, com perspicácia e um bom networking tem-se um competente trabalho de assessoria de imprensa.
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
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